O major campomaiorense João Paulo da Costa Araújo Alves caracterizou o período de 26 dias em que esteve preso, por conta de publicações em suas redes sociais que foram interpretadas pelo Exército Brasileiro, como sendo de cunho político-partidário. A declaração inédita foi dada em entrevista nesta na última terça-feira (12/07) ao podcast “VB Cast”, apresentado por Valdir Barbosa e pelos irmãos Flávio Roberto e Marcos Roberto. As informações são do Diário de Campo Maior.
“Me colocaram em uma sala que nem janela tinha. (…) Era meio perturbador. (…) Eu rezava dois terços por dia, e foi isso que me deu força”, lembrou.
Em suas palavras, o militar afastado afirmou que foi censurado e que o pedido de sua prisão foi aceito pelo juiz sem nenhuma base. Ele ainda criticou o ex-ministro Sérgio Moro e disse que depois do 15º dia começou a ter delírios ouvindo os ensaios da banda de música do batalhão.
“Eu fui censurado. Eu tive que apagar, se não eu não saía da prisão”.
Costa Araújo disse que acredita que o seu caso criará um precedente sobre como o regulamento do Exército vem sendo tratado diante da Constituição de 1988: “Não houve essa discussão se o nosso regulamento foi ou não recepcionado pela Constituição. O meu caso vai ser um paradigma para que se discuta esse assunto. O regulamento diz que o militar não pode manifestar-se sobre assuntos de natureza político-partidária. (…) O entendimento que foi adotado para me prender é que qualquer assunto político é político-partidário”, disse.
Fonte: 180 graus.
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