A América Latina tem apresentado uma tendência de aumento da dívida dos governos, disse a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, em uma entrevista à imprensa para comentar o novo relatório. Mas o aumento dos passivos ainda está em um nível “racional”, segundo ela, e há diferença importante entre os diversos países no nível dos passivos. O Chile, por exemplo, tinha a relação dívida/PIB em 17,5% em 2015, um dos menos endividados da região, enquanto o Brasil, na ponta oposta, tinha o indicador em 66,5%, seguido pela Argentina (53,3%) e Uruguai (46%). Paraguai (16,6%) e Peru (19.5%) também estão entre os menos endividados.
Os países que se endividaram mais na região foram Brasil e Argentina — disse a secretária-executiva, destacando o período desde 2014. No caso brasileiro, a situação continuou mostrando piora na primeira metade de 2016. A Cepal ressalta no relatório divulgado que desde maio o governo do presidente em exercício Michel Temer tem se empenhado em anunciar medidas para corrigir a piora da situação fiscal do país e reconquistar a confiança dos investidores. O relatório destaca a intenção da equipe econômica de fixar um teto para o crescimento do gasto público por meio de uma emenda constitucional.
A Cepal ressalta que os indicadores fiscais brasileiros tiveram piora em 2015 por conta da forte recessão no país, com a economia encolhendo 3,8%. “Enquanto a arrecadação caiu por causa da recessão, os gastos do governo continuaram aumentando”, ressalta o documento. Além disso, o cenário político turbulento, com a perda de apoio do governo no Congresso, ajudou a agravar o quadro econômico no país.
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O estudo da Cepal separa a análise da dívida pública em dois grupo, de um lado a América Latina, onde o Brasil é o primeiro lugar. Do outro, só os países do Caribe, que têm medida de endividamento maior que o resto da região, em 72%. A Jamaica é o país com a maior dívida/PIB do bloco, com 127%, seguida por Barbados, com 107%.
Fonte: R7 Notícias
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