A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) abriu um inquérito para investigar um médico identificado como Kemuel Pinto Bandeira. Suspeito de praticar importunação sexual durante exames ginecológicos. As investigações iniciaram após oito mulheres, entre elas duas grávidas, procurarem a polícia para denunciar o médico.
O suspeito tem especialização em ultrassonografia e é diretor-médico de uma clínica de alto padrão na avenida dos Holandeses, na capital maranhense. O médico também atua em outra clínica em Açailândia, onde faz atendimento particular e pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a defesa do médico, Kemuel Bandeira não foi intimado até o momento para prestar nenhum esclarecimento sobre essas denúncias.
Das oito pacientes que realizaram denúncias contra o médico, quatro relataram à TV Mirante como teriam sido importunadas sexualmente por ele.
Ele colocou o aparelho na minha barriga e a mão dele, a outra mão, que geralmente é a mão que fica no computador para ele anotar as informações, ele colocou no meu quadril e o dedão dele ficou praticamente dentro da… (genital) — falou outra.
Ele começou a fazer movimentos de vai e vem com o aparelho, ele pegou nas partes, todas as partes ele chegou a tocar, no momento que estava fazendo o exame — contou mais uma vítima.
Quando eu mudava de posição, eu ficava de costas para ele, ele apalpava o meu bumbum e apertava. Quando ele tocava lá na minha região íntima, ele também apertava muito — relatou outra.
Já segundo as pacientes grávidas, elas foram encaminhadas ao médico para realizar ultrassom morfológica. O exame de imagem analisa o desenvolvimento do bebê no ventre da mãe. Nesse tipo de exame, a única parte do corpo da mulher a ser tocada é a barriga, mas as duas supostas vítimas revelaram que o médico agiu de forma muito estranha.
Ele colocou a mão por dentro da minha calcinha e começou a mexer lá, tocar, fazer carinho na minha região íntima — conta uma das pacientes.
E apertando o dedo dentro da minha (genital) e eu ‘meu Deus, o que é isso. Isso faz parte do exame? Está muito estranho isso — relata a outra paciente.
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Já as outras duas vítimas, que falaram com a TV Mirante sobre o ocorrido, afirmam que só queriam fazer um ultrassom transvaginal para poder mapear endometriose, uma condição em que o endométrio (pele que reveste o útero) cresce em regiões de cavidades, como abdômen e ovário, assim causando dores extremas no período menstrual.
Ele começou a se exceder nos movimentos, eram movimentos bruscos mesmo, muito rápidos. Aí eu comecei a chorar muito de dor, de agonia, de não saber expressar o que eu estava sentindo naquele momento, porque minha cabeça ficou toda embaralhada com tudo o que eu estava passando — relata uma das pacientes.
E, ao mesmo tempo, ele falava para eu relaxar e mandava eu abrir a perna, porque eu estava fechando a perna, porque eu estava sentindo muita dor. Só que no momento em que ele falava pra mim abrir a perna, ele passava a mão na parte de dentro da minha coxa — conta outra mulher.
Já começou ali do preparo, que ele disse que tinha que colocar um gelzinho dentro da vagina. Depois que ele colocou o gel, ele começou a passar a mão na minha vagina várias vezes. E aí depois eu notei que ele estava sem luva, ele passava o álcool na mão. Mas não tive reação pra questionar ele, porque que ele estava sem luva — conta a advogada.
De acordo com a advogada, o comportamento do ginecologista foi piorando durante o exame, sendo que o médico chegou a passar as mãos no seu clitóris, ânus, além de fazer vários movimentos estranhos.
