Aconteceu de novo: junho de 2024 bateu mais um recorde de temperatura. Nunca este mês havia sido tão quente desde que órgãos climáticos começaram a fazer a medição.
O ERA5, mais atual projeto da Agência Europeia de Meteorologia, apontou uma temperatura média de 16,66°C, ou seja, 0,67°C acima da média de junho de 1991-2020 e 0,14°C acima do máximo anterior, que, não coincidentemente, aconteceu em junho do ano passado.
Ou seja, este é o 13º mês consecutivo mais quente no registo de dados do ERA5. O evento é raro, mas já aconteceu entre 2015 e 2016. Mas passa a ser somente mais um indicador que as altas temperaturas vieram para fazer parte do cotidiano, sem que acordos de emissão de carbono sejam cumpridos.
Junho também esteve 1,50°C acima da média junho para 1850-1900. Esse é o período de referência pré-industrial, o que o torna o 12º mês consecutivo a atingir ou ultrapassar o limite de 1,5°C, índice importante e apontado no Acordo de Paris.
“É um forte aviso de que estamos a aproximar-nos deste limite muito importante estabelecido pelo Acordo de Paris”, avisou Nicolas Julien, cientista climático sênior do Copernicus, órgão de observação da Terra do programa espacial da União Europeia. “A temperatura global continua a aumentar. Tem acontecido em um ritmo rápido.”
Carlo Buontempo, diretor do Copernicus, vai pelo mesmo caminho. “Isto é mais do que uma estranheza estatística e destaca uma mudança contínua no nosso clima”, acrescentou.
Para simplificar, os especialistas explicam assim: a temperatura média global dos últimos 12 meses (julho de 2023 – junho de 2024) é a mais alta já registada, 0,76°C acima da média de 1991-2020 e 1,64°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.
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Junho foi quente no mundo todo
É quente. E não só na Europa, cuja temperatura média em junho de 2024 foi 1,57°C acima da média de junho de 1991-2020. Os termômetros europeus ficaram acima da média nas regiões sudeste e na Turquia. Por outro lado, estiveram mais próximas ou abaixo da média na Europa Ocidental, Islândia e noroeste da Rússia.
Fora da Europa, o calor ficou acima da média no leste do Canadá, oeste dos Estados Unidos e México, Brasil, norte da Sibéria, Médio Oriente, norte de África e oeste da Antártida.
Abaixo da média, somente no Pacífico equatorial oriental, uma indicação da presença do fenômeno La Niña. Mas não se enganem: as temperaturas do ar sobre o oceano permaneceram muito mais altas do que o normal.
Fonte: Metrópoles
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