O governo do Piauí deve lançar nos próximos dias um aplicativo para celular que tem como principal objetivo mapear terreiros em todo o estado e, a partir daí, implementar políticas públicas de segurança. No Piauí, de 2009 até agora, 13 pessoas ligadas as religiões de Matriz Afro no Piauí foram mortas. No mesmo período, cerca de 70 crimes como vandalismo, depredação e agressão contra terreiros e praticantes foram notificados.
“Será lançado, nos próximos dias, pelo governo, um aplicativo que visa mapear os terreiros. A partir desse mapeamento, teremos condições de implementar as políticas públicas de atenção, como é o caso das ações de segurança pública”, disse o secretário de Segurança do estado, Coronel Rubens Pereira.
Segundo ele, há a necessidade de um plano de ação de segurança pública para combater a intolerância religiosa.
“Com monitoramento e investigação em casos de intolerância religiosa e outros crimes que os afetam e precisam de cuidado específico. Isso, é claro, envolve desde o atendimento no registro do BO, capacitação de policiais, acompanhamento dos casos”, declarou.
O pai Rondinele, coordenador nacional da Articulação Nacional de Povos de Matriz Afro e Ameríndia, disse que o mapeamento vai ajudar no conhecimento do perfil das comunidades.
VEJA TAMBÉM | VÍDEO: Casal fica ferido após grave colisão entre moto e carro em Campo Maior
“Hoje a gente foi cobrar e para nós o mapeamento vai servir como instrumento de colocar para a sociedade e para nós e para o poder o poder público, o perfil dessas comunidades. Como fazer ações integradas para que de fato estejamos seguros? Ainda somos frágeis em dados”, afirmou.
Outra cobrança feita na reunião foi em relação aos inquéritos que investigam os mais variados tipos de crimes.
“O momento de hoje foi no sentido de sensibilizar sobre os inquéritos também. De 2009 para cá foram mais de 20 assassinatos. Hoje foi apresentado que muitos inquéritos já foram finalizados, mas há muitos em aberto ainda”, declarou.
Além do secretário e do pai Rondinele participaram da reunião o delegado geral Luccy Keiko, o corregedor da Polícia Civil, Jetan Pinheiro; o delegado João Marcelo, do Núcleo de Estatísticas; mãe Eufrazina de Iansã (Renafro); a superintendente de Direitos Humanos da Sasc, Janaína Mapurunga; a gerente de Promoção da Igualdade Racial da Sasc, Assunção Aguiar; além de Núbia Lopes da superintendência de relação social da Segov e Valciãn Calixto, da Umbanda USB.
FONTE: Cidade Verde
Leave a Reply