Covid-19: Mesmo após o Carnaval, taxas de ocupação de leitos no Brasil apresentam estabilidade




Depois de atingir patamares acima de 80%, estados e o Distrito Federal vivem situação mais confortável quanto ao cuidado com pacientes críticos em leitos exclusivos para a Covid.

Apenas Sergipe e Espírito Santo têm taxas de ocupação acima de 60%, levantou a reportagem com governos nesta segunda-feira (7).

O quadro se mostra mais estável do que o da na semana anterior ao feriado de Carnaval, quando Mato Grosso do Sul e Distrito Federal tinham 80% ou mais dos leitos de UTI ocupados.

Governadores de ao menos cinco estados, além do Distrito Federal, já deram aval ou vão liberar a população do uso obrigatório de máscara nas ruas e ambientes abertos.

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De acordo com o cenário epidemiológico do estado de São Paulo, o número de internações em UTI por Covid-19 permanece em queda.

Nesta segunda-feira (7), 1.573 pacientes com suspeita ou confirmação da doença estavam hospitalizados, resultando em uma taxa de ocupação de 36,27%.

Em 21 de fevereiro, eram 2.615 pessoas –taxa de 53,91%.

“A tendência de queda se deve ao arrefecimento da variante ômicron. Isso permite um debate sobre a liberação das máscaras, mas não com efeito imediato de implementação, já que o estado ainda apresenta muitos internados na UTI”, afirma Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, até domingo (6), 13 hospitais públicos estaduais permaneciam com ocupação acima de 90% nos leitos de UTI Covid. Entre eles estavam o Geral de Pedreira e o Infantil Darcy Vargas, na zona sul da capital, o Estadual Vila Alpina e o Santa Marcelina (Itaim Paulista), na zona leste, Conjunto Hospitalar do Mandaqui, na zona norte, e Hospital das Clínicas.

De acordo com dados da SP Covid-19 Info Tracker, no Departamento Regional de Saúde de Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo) a ocupação na UTI chegava a 89,5%. Ainda segundo a plataforma, há um fechamento gradativo e desproporcional de leitos com relação à demanda. Em 21 de fevereiro, havia 58 leitos de UTI disponíveis. Nesta segunda (7), eram 38.

No Rio de Janeiro, as internações em UTI por Covid despencaram nas últimas duas semanas. Baixaram de 46% para 10% no estado e de 72% para 4% na capital, comparando os dias 21 de fevereiro e 6 de março.

Nesta segunda (7), logo após o Carnaval, o prefeito Eduardo Paes (PSD) derrubou a obrigatoriedade do uso máscaras em locais fechados, incluindo escolas e transporte público, argumentando que a taxa de testes com resultado positivo para Covid está abaixo de 2%.

Em Pernambuco, a ocupação de leitos de UTI para casos síndrome respiratória aguda grave saiu de 68% para 52%. A queda no indicador foi uma das motivações para a flexibilização de medidas restritivas no estado depois do Carnaval.

Proibidos durante o período carnavalesco, os eventos festivos estão liberados desde a quarta passada (2) com limite de até 1.500 pessoas ou 70% da capacidade em ambientes fechados e de até 3.000 pessoas ou 70% da capacidade em locais abertos. Ainda é obrigatória a apresentação do passaporte vacinal e de teste negativo quando há mais de 500 pessoas.

Com a queda na taxa de ocupação dos leitos de UTI para adultos, de 56% para 31%, no intervalo de 21 de fevereiro a 7 de março, na Bahia, o governo do estado autorizou a realização de eventos com capacidade máxima de público.

Por sua vez, a capital baiana, Salvador, apresentava taxa de ocupação leitos de UTI para adultos de 34% das 175 vagas.

O relaxamento das medidas de restrição vale para eventos em locais fechados, como espaços culturais, cinemas e teatros. Com isso, os estádios estão autorizados a receber até 30% do limite.

Em todas as situações, o acesso aos locais está condicionado à comprovação de vacinação contra a Covid-19, além de ser obrigatório o respeito aos protocolos sanitários, como distanciamento social e uso de máscaras.

No Ceará, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para adultos caiu quase pela metade, num intervalo de duas semanas, de 64% para 36%. Em Fortaleza, o índice caiu de 65% para 54%, no período de 21 de fevereiro a 7 de março.

O Distrito Federal tinha 52% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados nesta segunda (7).

No total, o DF contava com 123 leitos para adultos, dos quais 64 estavam ocupados e 24, liberados. Os outros 35 aguardavam liberação ou estavam bloqueados –quando o leito está sendo preparado para receber novo paciente, passando por desinfecção ou com manutenção em algum equipamento.

De 18 leitos de UTI neonatal e pediátrico no DF, 11 estavam ocupados. A Secretaria de Saúde criou 20 novos leitos de UTI para adultos e manteve o mesmo número de leitos pediátricos em relação à semana anterior.

No Rio Grande do Sul, a ocupação nos leitos de UTI públicos na rede estadual atingiu 52,3% nesta segunda (7) –o painel do estado, porém, indicava que 42 hospitais estavam com dados em atraso, o que pode afetar a média geral.

Em 21 de fevereiro, a taxa registrada era de 57,3%. O estado contabiliza os leitos gerais, não apenas reservados para casos relacionados à Covid-19.

Nas UTIs adultas, ainda segundo o painel, 391 pacientes estavam internados com casos confirmados ou suspeitos. Outros 691 pacientes com esse perfil estavam internados fora de leitos críticos. Em Goiás, a ocupação de leitos de UTI para Covid recuou de 68% para 54% em duas semanas.

FONTE: FOLHA PRESS

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