Nas primeiras semanas de janeiro, a utilização de transferências digitais por meio do PIX apresentou uma leve queda. De acordo com levantamento do jornal Valor Econômico, com base em informações do Banco Central (BC), entre os dias 5 e 11 deste mês, foram realizados 1.190 bilhões de transações, representando uma redução de 9,7% em comparação ao mesmo período de dezembro.
Esse comportamento chama a atenção, já que o Pix se consolida como o principal meio de pagamento e transferência no Brasil, com alta adesão desde seu lançamento. Especialistas atribuem a queda no recebimento provocada pela divulgação de novas critérios da Receita Federal, que visam aprimorar o controle sobre movimentações financeiras.
Fiscalização em foco
A instrução normativa publicada pela Receita Federal estabelece novas regras para a declaração de movimentações de recursos. O objetivo, segundo o órgão, é reforçar a fiscalização e combater práticas ilegais, como a sonegação de impostos e a lavagem de dinheiro. No entanto, a medida gerou apreensão, especialmente entre profissionais autônomos e pequenos empreendedores, que têm aumento de tributos e maior vigilância sobre suas finanças.
É importante esclarecer que não há a criação de novos impostos. O objetivo é apenas garantir maior transparência nas operações financeiras — destacou Carolina Andrade, porta-voz da Receita Federal, durante coletiva de imprensa na última terça-feira (14).
Fake news agravam o cenário
A circulação de informações falsas sobre o tema contribuiu para a desinformação. Entre as notícias falsas espalhadas estão rumores de que o governo criaria uma taxa sobre cada transação via Pix ou de que o sigilo bancário seria eliminado. A Receita Federal, em nota oficial, desmentiu essas alegações e reforçou que a medida não altera o caráter gratuito das transações realizadas pelo sistema.
Além disso, a instituição alertou para o aumento de golpes virtuais, em que criminosos passam por funcionários da Receita e bloqueiam depósitos sob a ameaça de bloqueio de CPF. “A Receita nunca solicita transferências de valores por Pix ou qualquer outra forma de pagamento. Desconfie de mensagens com tom ameaçador e entre em contato pelos canais oficiais”, orientou ao porta-voz.
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Orientações ao público
Para evitar riscos de fraude, os especialistas recomendam que os cidadãos verifiquem sempre a veracidade das mensagens recebidas e utilizem os canais de comunicação oficiais da Receita Federal. Em casos de dúvida, é possível buscar esclarecimentos diretamente pelo site ou pelo atendimento eletrônico do órgão.
Mesmo com o impacto inicial, os analistas acreditam que a confiança no sistema de pagamentos digitais será restabelecida, e o Pix seguirá como a principal ferramenta de transferências no país.
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