Embora ofereçam suporte essencial para superar obstáculos, como a falta de qualificação e recursos, esses benefícios podem também desencorajar a procura ativa por empregos — especialmente quando o auxílio financeiro é superior ao salário de um emprego formal. A pesquisa analisou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e adotou uma abordagem de identificação causal para investigar como a expansão das transferências de renda afetou a participação no mercado de trabalho em várias regiões do país.
O Bolsa Família pós-pandemia
Os dados de 2019 a 2023 mostram que, antes da pandemia de covid-19, o impacto do auxílio sobre a participação no mercado de trabalho era quase inexistente. Contudo, com a multiplicação do valor médio do benefício, que passou de cerca de R$ 200 para quase R$ 700 depois da reestruturação do programa, a influência sobre a diminuição da participação no trabalho se tornou evidente. Desde o início da pandemia, o auxílio emergencial transformou o Bolsa Família, que, depois de ser renomeado para Auxílio Brasil, garantiu valores iniciais de R$ 400 por família, elevando-se posteriormente para R$ 600.
Em 2023, com a volta ao nome original, o programa chegou ao atual benefício médio. O impacto do programa social na busca por emprego Os dados mostram que a expansão do Bolsa Família tem impactos significativos no mercado de trabalho, especialmente nos grupos vulneráveis.
A análise revela uma tendência alarmante de desestímulo à participação no mercado, particularmente nas regiões Norte e Nordeste, onde as mulheres e os jovens se mostram mais suscetíveis às mudanças nas condições econômicas e nos incentivos dos programas sociais. Atualmente, 20,7 milhões de famílias recebem o benefício, com um valor médio de R$ 684,27. A maioria das famílias beneficiadas está na Região Nordeste, totalizando 9,28 milhões, seguida pelo Sudeste (6 milhões) e Norte (2,62 milhões).
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Além disso, 17,28 milhões dessas famílias são chefiadas por mulheres. O programa também inclui uma regra de proteção, que visa a incentivar a busca por emprego formal. Essa norma permite que as famílias continuem recebendo o benefício mesmo depois da formalização de um emprego — desde que a renda não ultrapasse meio salário mínimo por integrante.
Neste mês, 2,64 milhões de famílias foram beneficiadas por essa regra, com um valor médio de R$ 372,07. Os beneficiários agora enfrentam o desafio de garantir que seus empregos formais compensem a perda de renda do Bolsa Família, além de considerar possíveis rendimentos informais. O post Estudo mostra que aumento do Bolsa Família desestimulou busca por emprego apareceu primeiro em Revista Oeste.
Fonte: R7 Notícias
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