Nesta sexta-feira (17), um motorista de aplicativo, cuja identidade não foi revelada, de 30 anos, foi preso pelo crime de tentativa de feminicídio. Segundo a polícia, o suspeito é responsável por torturar durante 6 horas a namorada, uma comerciária de 46 anos. O crime ocorreu no último sábado (16), e teria iniciado no carro logo após uma discussão entre o casal e continuou dentro de um quarto do motel, no bairro Macaúba, onde a agressão física durou cerca de 6 horas.
Ela saiu desfigurada. Ele, o autor, agiu com extrema violência através de socos e cotoveladas, principalmente no rosto da vítima. Então, até para nós da polícia, foi uma imagem bastante chocante. Ela já está fora de perigo, mas foi uma pessoa que foi submetida praticamente à situação de tortura — descreve a delegada Nathália Figueiredo, titular do Núcleo de Feminicídio do DHPP.
A vítima teve uma fratura no maxilar e traumatismo craniano.
Logo após seis horas de violência física, o autor do crime ainda recorreu a familiares da vítima para poderem resgatar o casal no motel, porque não tinha dinheiro para pagar o local. Quando deixaram o estabelecimento, o motorista de aplicativo levou a vítima para poder receber atendimento médico após pedido da família.
Conforme a delegada responsável pela investigação, foi possível reunir diversos vestígios da agressão.
Temos vestígios no automóvel da vítima que já foi submetido à perícia. No motel também, segundo até mesmo testemunhas que afirmam que tinha muito sangue na cama, a questão do lençol, né? Onde ele teria continuado a prática de violência — reitera Nathalia Figueirado.
O motorista de aplicativo já tem passagem pela polícia pelo crime de violência doméstica contra outra mulher em um registro de ameaça que teria ocorrido ano passado. Ele também foi alvo de boletins de ocorrência pelos crimes de roubo e estelionato.
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Qualquer estabelecimento comercial, quando tiver uma situação de violência, deve fazer a denúncia e esse caso foi bem específico nesse sentido, porque a vítima gritava, então foi algo que chamou atenção tanto dos funcionários como de clientes. Então, ao menor sinal, tem que acionar a Polícia Militar. Esse sujeito era para ter sido preso em flagrante lá mesmo. Então, esse tipo de omissão não deve ser tolerado. Toda violência ela deve ser denunciada — reafirma a delegada.
No hospital, ao chegar com a comerciária, os profissionais de saúde e familiares da vítima acionaram imediatamente a Polícia Militar (PM), mas mais uma vez o autor, que estava acompanhando o atendimento, não foi preso.
Uma equipe da PM chegou ao hospital, o suspeito ainda estava lá. Mas eles não conduziram o homem para Central porque a vítima não estava em condição de ser ouvida, então eles não iriam porque não tinham certeza. O que não pode acontecer, né? Na segunda-feira, a família me procurou aqui na delegacia e a gente fez o registro de ocorrência — descreve Nathália Figueiredo.
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