Na última sexta-feira (10), um aluno que não teve sua identidade revelada, deu a uma professora negra uma esponja de aço como homenagem ao Dia da Mulher. O aluno é do Centro de Ensino Médio 9, situado em Ceilândia, localizado no Distrito Federal. Os colegas registraram o momento e compartilharam o vídeo em que o aluno entrega a sacola com a esponja e os demais alunos sorriram do constrangimento gerado por conta dessa brincadeira.
No vídeo registrado e divulgado, é possível ver a professora de português, de cabelo crespo agradecer pelo presente pensando ser uma homenagem, antes de ver o que realmente era. Mas logo após terminar de abrir a embalagem ela viu o que era e isso deixou-a muito constrangida com a situação. Em seguida a mulher levanta e fala: “Vou aceitar porque tudo o que vem volta”.
A diretora da escola, identificada como Maria José Ferreira, revelou em uma entrevista que chamou o jovem e o responsável para uma conversa. De acordo com ela, o adolescente relatou que foi apenas uma brincadeira e que a professora em nenhum momento se ofendeu.
Segundo a diretora, o responsável pelo jovem disse que conversaria com o filho sobre a atitude preconceituosa. A professora até o momento não se manifestou sobre o ocorrido.
Em nota compartilhada pela Secretaria de Educação do Distrito Federal, revelou que a instituição tem autonomia para poder conduzir o acontecimento, com o intuito de solicitar a presença do aluno e da professora para esclarecer o ato racista.
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A pasta ressalta que repudia qualquer tipo de preconceito e reforça o compromisso e empenho na busca por elementos que permitam o esclarecimento dos fatos, bem como o suporte aos envolvidos – explica a secretaria.
Nesta terça-feira (14), as aulas foram suspensas para a realização de uma assembleia com o sindicado de professores do DF.
O sindicato afirmou que esse tipo de comportamento por parte do aluno deve ser investigado. “Essa situação precisa ser apurada no rigor da lei. Isso mostra mais um exemplo de como os professores são tratados em sala de aula. Professores precisam ser valorizados e merecem respeito”, ressaltou Samuel Fernandes, diretor do sindicado.
Polícia vai investigar o caso
A denúncia realizada pelas redes sociais chegou até a Polícia Civil do Distrito Federal, que irá investigar o caso por intermédio da Delegacia da Criança e do Adolescente II, em Taguatinga. A corporação explicou que a Secretaria de Educação confirmou que a profissional da educação é do Governo do Distrito Federal (GDF) e que logo em breve todos os envolvidos serão ouvidos sobre a situação.
Confira o vídeo:
